A rastreabilidade na cadeia alimentar é um tema que tem vindo a ganhar destaque nos últimos anos. Em Portugal, assim como no resto do mundo, os consumidores estão cada vez mais atentos à origem dos alimentos que consomem, exigindo transparência e segurança. Neste contexto, a rastreabilidade surge como uma ferramenta essencial para garantir a qualidade, a segurança alimentar e a confiança do consumidor.
O que é a rastreabilidade?
A rastreabilidade é a capacidade de seguir o percurso de um alimento através de todas as etapas da cadeia de produção, processamento e distribuição. Isto significa que, desde o momento em que um produto é colhido ou produzido até chegar à mesa do consumidor, é possível identificar cada um dos passos que foram seguidos. Este processo permite, por exemplo, rastrear a origem de um lote específico de produtos em caso de necessidade de um recall(1), ou ainda verificar as condições em que o alimento foi produzido.
Por que é tão importante?
A importância da rastreabilidade vai além da simples identificação da origem dos alimentos. Esta é fundamental para a segurança alimentar, permitindo que sejam tomadas ações rápidas e precisas em casos de contaminação ou outros problemas de saúde pública. Além disso, a rastreabilidade é necessária para combater a Fraude Alimentar(2), um problema crescente que pode prejudicar a saúde dos consumidores e a reputação das empresas.
No contexto de uma economia globalizada, onde os produtos alimentares circulam por diversos países antes de chegar ao consumidor final, a rastreabilidade garante que, independentemente da complexidade da cadeia de abastecimento, cada etapa é monitorizada e registada. Isto é crucial para manter a confiança dos consumidores e assegurar que os produtos cumprem os padrões de qualidade exigidos.
Tecnologias emergentes
Com os avanços tecnológicos, novas ferramentas têm sido desenvolvidas para melhorar a rastreabilidade na cadeia alimentar. Entre as várias tecnologias existentes, destacam-se:
- Tecnologia Blockchain: Esta tecnologia permite criar um registo imutável e transparente de todas as transações e etapas da cadeia de abastecimento. Através do blockchain, cada movimento de um produto pode ser documentado de forma segura e acessível, aumentando a confiança e reduzindo o risco de fraude;
- Internet of Things (IoT): A IoT envolve o uso de vários dispositivos conectados que permitem recolher e transmitir dados em tempo real. Na indústria alimentar, sensores IoT podem monitorizar a temperatura, a humidade e outras condições durante o transporte e armazenamento dos alimentos, garantindo que estas condições permanecem dentro dos parâmetros ideais;
- Inteligência Artificial (IA): A IA complementa a tecnologia blockchain, no sentido em que pode ser utilizada para analisar grandes volumes de dados recolhidos ao longo da cadeia de abastecimento, identificando padrões e anomalias que possam indicar problemas de segurança ou eficiência. Isto permite uma resposta mais rápida e precisa a potenciais ameaças;
- Identificação por Radiofrequência (RFID) e códigos QR: São tecnologias que permitem monitorizar produtos alimentares ao longo da cadeia de abastecimento. A tecnologia RFID usa ondas de rádio para identificar automaticamente etiquetas anexadas a embalagens de alimentos e acompanhar seu percurso. Já os códigos QR, ao serem digitalizados, fornecem ao consumidor informações detalhadas sobre a origem e as características do produto.
A rastreabilidade na cadeia alimentar é mais do que uma exigência legal, é um pilar fundamental para a segurança, a qualidade e a transparência em todo o setor. Com a ajuda das tecnologias emergentes, é possível tornar este processo ainda mais eficiente e fiável, garantindo que os consumidores tenham acesso a alimentos seguros e de alta qualidade.
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(1) Ação de retirar do mercado alimentos em qualquer fase da cadeia alimentar, incluindo os que se encontram na posse dos consumidores;
(2) Saiba tudo sobre o tema em www.biocheck.pt/homepage/fraude-alimentar-food-fraud/
Autor: Mafalda Paiva, Técnica de Segurança Alimentar