É com grande ênfase que iniciamos esta newsletter, focada na vital importância da comunicação de riscos no local de trabalho. Reconhecer e comunicar potenciais perigos é fundamental para garantir um ambiente seguro para todos. Vamos explorar algumas estratégias e dicas para fortalecer essa prática essencial.
Reconhecer os Riscos:
A primeira etapa para uma comunicação eficaz de riscos é o reconhecimento dos perigos. Isso pode incluir:
Identificar áreas de trabalho com potencial para acidentes.
Observar equipamentos danificados ou a operar de forma inadequada.
Reconhecer condições ambientais que podem representar perigos, como pisos escorregadios ou instalações elétricas defeituosas.
Ferramentas para Comunicação:
Existem várias maneiras de comunicar preocupações de segurança no local de trabalho:
Relatório direto aos supervisores ou responsáveis pela segurança.
Utilização de caixas de sugestões ou sistemas de relatórios anónimos, se disponíveis.
Participação ativa em reuniões de segurança e inspeções regulares.
Importância da Comunicação Oportuna:
A comunicação rápida de riscos é crucial para evitar acidentes. Não hesite em relatar preocupações assim que as identificar. Um atraso na comunicação pode aumentar o risco de incidentes prejudiciais.
Cultura de Segurança:
Promover uma cultura de segurança encoraja a comunicação aberta e honesta de riscos. Todos os funcionários devem ser incentivados a relatar preocupações de segurança sem medo de retaliação.
Formação e Educação:
A formação contínua sobre segurança no trabalho é essencial. A participação em formações e workshops pode ajudar os funcionários a reconhecerem melhor os riscos e entenderem como comunicá-los de forma eficaz.
Não subestimemos o poder da comunicação de riscos no local de trabalho. Juntos, podemos garantir um ambiente seguro e saudável para todos. Lembre-se, a sua voz importa!
Espero que essa newsletter forneça uma base sólida para todos entenderem a importância da comunicação de riscos no local de trabalho e como fazê-lo eficazmente.
Prevenir a sua segurança e saúde é crucial!
Fontes:
– Livro: “Segurança e Saúde no Trabalho: Prevenção de Riscos Profissionais” de Sebastião Geraldo de Oliveira.
– Artigo: “Comunicação de Riscos no Trabalho” por Carlos Alberto Bencke.
Os profissionais da área elétrica submetem-se a altas tensões, o que pode causar acidentes irreversíveis, além das quedas que podem ocorrer facilmente nesse setor.
A eletricidade é uma das formas de energia mais utilizadas atualmente, tanto em casa como no local de trabalho. No entanto, é importante compreender que os riscos elétricos são um problema e podem representar ameaças significativas à segurança dos trabalhadores.
Os riscos elétricos são inerentes à natureza da eletricidade e podem variar desde choques a incêndios, explosões e outros acidentes graves. Portanto, é importante que as empresas e os profissionais estejam devidamente preparados para lidar com essas situações e garantir um ambiente de trabalho seguro.
PERIGOS ELÉTRICOS
Quando os princípios básicos de segurança no que respeita ao trabalho com corrente elétrica, não estão assegurados, podem ocorrer vários perigos:
Choques: Eletrocussão ou choque elétrico é a situação provocada pela passagem de corrente elétrica através do corpo. A exposição a correntes elétricas pode resultar em choques, variando de leves a fatais. A intensidade, duração e caminho da corrente pelo corpo influenciam a gravidade dessas lesões. O resultado indireto é um ferimento resultante de uma queda ou movimento descontrolado;
Queimaduras: Ocorrem quando em contacto com cabos elétricos ou em equipamentos em tensão;
Arco Elétrico: Um arco elétrico está caracterizado pela passagem significativa de corrente elétrica por um material normalmente não condutivo, como o ar, movimentando-se a altas velocidades. Normalmente, associado a contactos acidentais com componentes em tensão ou defeito no equipamento. Associado a este perigo estão a radiação térmica, ondas de pressão e projéteis;
Explosões: Podem ocorrer quando a eletricidade se torna a fonte de ignição numa mistura explosiva existente em determinada atmosfera;
Incêndios: Muitas vezes associados à eletricidade, por defeito de equipamentos ou utilização indevida.
SINALIZAÇÃO
Os sinais de segurança mantêm as pessoas cientes dos perigos. É importante localizá-los em conformidade, para que as pessoas que trabalham em torno do perigo possam tomar as devidas precauções. Devem estar em locais visíveis e incluir a máxima informação possível sobre a origem e as propriedades do perigo. Em caso de um incidente, esta informação pode ser valiosa.
QUAIS SÃO AS MEDIDAS PREVENTIVAS?
Intervenção de Técnicos Habilitados: A intervenção em instalações elétricas deve ser realizada por técnicos habilitados e qualificados para garantir que os trabalhos sejam realizados de forma segura e em conformidade com as normas aplicáveis.
Formação e informação: Os empregadores têm a obrigação de proporcionar formação e informação adequadas aos trabalhadores que operam com eletricidade ou que possam estar expostos a riscos elétricos, de modo a garantir que compreendam os perigos associados e saibam como agir de forma segura.
Equipamento de Proteção Individual (EPI): A seleção e utilização adequada de EPI são determinantes para a segurança. Luvas, capacetes, óculos de proteção e vestuário apropriado minimizam o impacto de choques elétricos e queimaduras.
Avaliação de Riscos: Os empregadores devem realizar uma avaliação de riscos elétricos nos locais de trabalho para identificar e avaliar os perigos associados à eletricidade. Com base na avaliação de riscos, devem ser implementadas medidas preventivas adequadas para reduzir ou eliminar os riscos elétricos, tais como o uso de equipamentos de proteção individual (EPI´s), isolamento adequado de equipamentos, sinalização de áreas perigosas, entre outras.
Em suma, a legislação portuguesa estabelece uma série de medidas e requisitos para proteger os trabalhadores contra os riscos elétricos, visando garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. É fundamental que os empregadores cumpram estas disposições e que os trabalhadores estejam devidamente informados e formados para lidar com os perigos associados à eletricidade.
Neste mês, destacamos a importância de compreender e gerir os efeitos do stress térmico para garantir um ambiente de trabalho seguro, saudável e produtivo.
O QUE É O STRESS TÉRMICO?
O stress térmico ocorre quando o corpo humano é exposto a condições ambientais que excedem a sua capacidade de regulação da temperatura corporal. Isso pode ocorrer tanto em ambientes excessivamente quentes quanto em ambientes frios. O stress térmico pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo desidratação, exaustão por calor, hipotermia e até mesmo acidentes de trabalho devido à redução da capacidade de concentração e coordenação.
De acordo com a legislação portuguesa, a temperatura dos locais de trabalho deve, na medida do possível, oscilar entre 18ºC e 22ºC, salvo em determinadas condições climatéricas, em que poderá atingir os 25ºC.
Existem várias profissões que podem expor os trabalhadores ao stress térmico, seja devido a condições de calor excessivo ou frio extremo. Eis alguns exemplos:
Trabalhadores da Construção Civil: Trabalhadores que atuam em obras ao ar livre estão frequentemente expostos ao calor intenso do sol durante o verão, o que pode levar ao stress térmico, desidratação e exaustão por calor.
Bombeiros: Bombeiros enfrentam condições extremas de calor em incêndios e operações de resgate, o que pode causar desidratação, exaustão e outros problemas relacionados ao stress térmico.
Trabalhadores Agrícolas: Trabalhadores rurais que trabalham ao ar livre em campos, quintas e pomares estão sujeitos a altas temperaturas durante o verão, o que pode colocá-los em risco de desidratação e exaustão por calor.
Trabalhadores em Fábricas e Indústrias: Em algumas indústrias, como metalúrgicas, siderurgias e fundições, as altas temperaturas geradas por máquinas e processos industriais podem criar ambientes de trabalho extremamente quentes, causando stress térmico nos trabalhadores.
Trabalhadores da Construção Naval: Trabalhadores em estaleiros navais frequentemente lidam com temperaturas elevadas devido ao calor gerado por soldagem e outras atividades, além de estarem expostos ao calor refletido da água.
Profissionais de Saúde: Em alguns casos, profissionais de saúde que trabalham em ambientes hospitalares podem enfrentar calor excessivo devido ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI´s) e ao ambiente aquecido de algumas áreas hospitalares.
Trabalhadores de Minas: Os mineiros frequentemente trabalham em ambientes subterrâneos onde as temperaturas podem ser extremamente altas, colocando-os em risco de stress térmico e outros problemas de saúde.
Trabalhadores de Serviços de Emergência: Além dos bombeiros, outros profissionais de serviços de emergência, como policias e paramédicos, podem estar expostos a condições de calor intenso em situações de emergência ou em operações prolongadas ao ar livre.
Estes são apenas alguns exemplos de profissões que podem estar sujeitas ao stress térmico. É importante que os empregadores dessas indústrias implementem medidas adequadas de prevenção e proteção para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores.
QUAIS SÃO OS RISCOS DO STRESS TÉRMICO NO LOCAL DE TRABALHO?
Exposição prolongada ao calor pode levar à desidratação, fadiga, exaustão e até mesmo insolação.
Em ambientes de trabalho frios, o risco de hipotermia e lesões relacionadas ao frio aumenta.
Trabalhadores em ambientes extremamente quentes ou frios podem sofrer redução da concentração, coordenação motora e tomada de decisões, o que pode aumentar o risco de acidentes.
Certas atividades laborais, como trabalho ao ar livre, em ambientes fechados sem ventilação adequada, ou em locais com altas temperaturas devido a maquinaria, aumentam o risco de stress térmico.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO
Avaliar o ambiente de trabalho para identificar áreas com potencial de stress térmico e implementar medidas corretivas, como instalação de sistemas de ventilação, ar condicionado ou aquecimento.
Fornecer equipamentos de proteção adequados, como roupas térmicas, protetores solares, chapéus, óculos de sol e garrafas de água.
Implementar pausas regulares e áreas de descanso frescas ou aquecidas, dependendo das condições ambientais.
Formação e informação aos trabalhadores sobre os sintomas do stress térmico, técnicas de regulação da temperatura corporal e medidas de segurança a serem adotadas.
O stress térmico representa um desafio significativo para a saúde e segurança dos trabalhadores em diversos setores. Ao compreender os riscos associados ao stress térmico e implementar medidas preventivas adequadas, podemos garantir um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e produtivo para todos.
Estamos comprometidos em promover a consciencialização sobre este importante tema e em fornecer recursos e suporte para ajudar os nossos clientes a enfrentar os desafios do stress térmico no local de trabalho.
Prevenir a sua segurança e saúde é crucial!
Fontes:
Kjellstrom, Tord, et al. “Impactos na saúde do calor e mudanças climáticas: uma questão-chave para a avaliação dos impactos globais das mudanças climáticas.” Revista Anual de Saúde Pública 37 (2016): 97-112.
Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Orientações para Proteger os Trabalhadores do Calor.” Genebra: OIT, 2019.
Parsons, Ken. “Impactos na saúde ocupacional das mudanças climáticas: padrões ISO atuais e futuros para a avaliação do stress térmico.” Saúde Industrial 48.2 (2010): 239-245.
Uma alergia alimentar é uma reação adversa do sistema imunológico a determinados alimentos. Quando uma pessoa alérgica consome um alimento específico, o sistema imunológico reage de forma exagerada, produzindo anticorpos para combater a substância considerada como um agente invasor. Esta reação pode desencadear diversos sintomas, que podem incluir erupções cutâneas, inchaço, dificuldade respiratória, náuseas, vómitos e, em casos extremos, anafilaxia, uma reação alérgica potencialmente fatal que requer tratamento urgente.
As alergias alimentares afetam uma proporção significativa da população e podem surgir em qualquer idade. Os alimentos mais frequentemente associados a alergias incluem leite, ovos, amendoins, frutos secos, trigo, soja, peixe e mariscos, embora qualquer alimento possa potencialmente desencadear uma reação alérgica em pessoas sensíveis.
Para as pessoas com alergias alimentares, evitar a ingestão do alergénio é essencial para prevenir reações adversas. No entanto, a contaminação cruzada de alergénios durante os processos de produção alimentar representa um desafio significativo, tornando crucial a implementação de medidas rigorosas.
A contaminação cruzada ocorre quando um alergénio está presente num alimento devido à presença involuntária de vestígios do alergénio durante o processo de fabrico. Para evitar este problema, as empresas alimentares devem adotar estratégias de prevenção.
Uma das estratégias mais importantes é a segregação física dos ingredientes alergénicos durante todas as fases do processo de produção. Isto inclui armazenar, manusear e processar os alergénios separadamente dos outros ingredientes, utilizando equipamentos e áreas designadas para minimizar o risco de contaminação. Além disso, é essencial ter procedimentos claros de limpeza e desinfeção para evitar a transferência de alergénios entre diferentes equipamentos e superfícies.
A formação adequada dos trabalhadores também desempenha um papel fundamental na prevenção da contaminação cruzada. Todos os colaboradores envolvidos na manipulação de alimentos devem receber formação sobre os alergénios específicos presentes nos produtos da empresa e os procedimentos a seguir para evitar a ocorrência de contaminações.
A implementação de sistemas eficazes de rotulagem de alimentos é também muito importante, pois fornece aos consumidores informações claras e precisas sobre a presença de alergénios nos produtos, permitindo assim que façam escolhas seguras. Para assegurar a eficácia desses sistemas, é essencial cumprir as diretrizes estabelecidas no Regulamento (UE) n.º1169/2011, de 25 de Outubro de 2011.
De acordo com o regulamento, os alergénios devem ser realçados a negrito ou sublinhados nos rótulos dos produtos sempre que estiverem presentes, facilitando assim a sua identificação por parte dos consumidores. Contudo, há situações em que estes alergénios não precisam ser declarados, especialmente quando são removidos durante o processamento dos alimentos. Para garantir a segurança dos consumidores, são definidos limites específicos para certos alergénios, como o glúten, dióxido de enxofre/sulfitos e lactose em fórmulas infantis que visam assegurar que os níveis desses alergénios nos produtos finais não são ultrapassados.
Por último, a rotulagem preventiva de alergénios, conhecida como “pode conter”, só deve ser utilizada após uma avaliação rigorosa de riscos, especialmente quando há um risco real de contaminação cruzada que não pode ser eliminado.
Sem dúvida que a prevenção da contaminação cruzada é fundamental para limitar a ocorrência de alergénios ocultos nos alimentos. Através da implementação de medidas rigorosas de segregação, limpeza, formação e rotulagem, as empresas alimentares podem reduzir este risco e oferecer produtos seguros a todos os consumidores.
Garanta a segurança dos seus produtos e a confiança dos seus clientes com as nossas soluções especializadas na prevenção de riscos alimentares!
Representante do Empregador: uma obrigação das empresas com serviços externos de segurança e saúde no trabalho
De acordo com o artigo 77º do Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho (Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, na sua atual redação), sempre que uma empresa ou estabelecimento adotar um serviço externo de segurança e saúde no trabalho, o empregador deve designar, em cada estabelecimento, um trabalhador com formação adequada que o represente para acompanhar e colaborar na execução das atividades de prevenção.
O que se entende por ‘formação adequada’ para o exercício da atividade de representante do empregador?
É uma formação que permite a aquisição de competências básicas em matéria de segurança, saúde, ergonomia, ambiente e organização do trabalho.
Esta formação tem de ser comunicada previamente ao serviço com competência para a promoção da segurança e saúde no trabalho do ministério responsável pela área laboral e ser ministrada, em alternativa, por:
O que se exige é que o trabalhador que seja designado como representante do empregador tenha um curso específico de formação adequada para o efeito, o qual terá de ser ministrado por uma entidade formadora certificada.
Pretende assim alertar-se para a obrigatoriedade de designação de um trabalhador com formação adequada para o exercício da função de representante do empregador e que a sua falta faz o empregador incorrer numa contra-ordenação grave, nos termos do Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho (n.º 5 do artigo 77º Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, na sua atual redação).
O dia 28 de abril é celebrado em todo o mundo como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, uma ocasião dedicada a homenagear as vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais.
A primeira cerimónia ocorreu em 1996, em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, onde um memorial foi erguido em memória daqueles que perderam a vida em acidentes de trabalho ou contraíram doenças relacionadas às suas atividades profissionais. Esse evento estabeleceu o Dia Internacional de Luto pelas Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais.
Em 2001, a Organização Internacional do Trabalho reconheceu e apoiou essa comemoração, e desde então é oficialmente celebrada em muitos países como parte essencial da estratégia para a segurança e saúde no trabalho, promovendo uma cultura global de segurança.
Portugal foi o quarto país europeu a instituir o dia 28 de abril como o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho (DNPST). Esta data marcante foi estabelecida pela Resolução da Assembleia da República n.º 44/2001, de 27 de junho, com o propósito de sensibilizar todos para a redução dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais.
O Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho assume uma importância significativa para promover uma autêntica cultura de prevenção e segurança, a ser implementada desde cedo nos jovens, que serão os trabalhadores de amanhã. Este é um momento crucial para refletir sobre os desafios enfrentados na garantia da segurança no local de trabalho e para reiterar o compromisso com a proteção e bem-estar dos trabalhadores.
Este ano, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) escolheu o tema Impactos das mudanças climáticas na segurança e saúde no trabalho.
Com este tema a OIT pretende sensibilizar para os impactos das alterações climáticas no mundo do trabalho, especialmente na segurança e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. Estas mudanças nos padrões climáticos, incluem ocorrências cada vez mais frequentes de fenómenos climáticos extremos, que podem acentuar os impactos da exposição a riscos profissionais, tais como o stresse térmico, a radiação UV, a poluição do ar, acidentes industriais graves, aumento de doenças transmitidas por vetores e aumento da exposição a produtos químicos.
No dia 15 de março, celebrou-se o “Dia Mundial do Sono”, uma ocasião que nos lembra da importância desse período vital nas nossas vidas. O sono, que representa aproximadamente um terço da nossa existência, traduzido em números, significa que se alguém viver 80 anos, terá passado cerca de 26 anos a dormir. Embora possa parecer uma fatia significativa do tempo, cada uma dessas horas de sono desempenha um papel crucial na nossa saúde global.
O sono não é apenas um estado de descanso passivo, mas sim um componente fundamental da existência humana. É durante o sono que o nosso corpo se repara, as nossas memórias se consolidam e nossa mente se rejuvenesce. A qualidade do sono não é apenas uma questão de quantidade; é também uma questão de como o nosso sono afeta a nossa saúde física e mental.
Manter uma boa higiene do sono é, portanto, essencial para adotar um estilo de vida saudável e promover uma melhor qualidade de vida. Este é um dos pilares fundamentais da saúde global, junto com a nutrição adequada e a atividade física regular.
É bem documentado que a falta de sono e a má qualidade do sono estão associadas a uma série de problemas de saúde. Além de aumentar a probabilidade de adoecer, a privação de sono está relacionada com questões como obesidade, problemas cardiovasculares e comprometimento cognitivo. Da mesma forma, a má qualidade do sono pode impactar negativamente o funcionamento do sistema imunológico, aumentando a vulnerabilidade a doenças e infeções.
Portanto, cultivar uma boa higiene do sono deve ser uma prioridade para todos nós. Isso envolve a criação de um ambiente propício ao sono, seguindo uma rotina regular de sono e acordar, limitando o consumo de substâncias como cafeína e álcool antes de dormir e praticando técnicas de relaxamento para preparar o corpo e a mente para o descanso.
Em resumo, reconhecer a importância do sono e adotar práticas saudáveis relacionadas a ele são passos cruciais para garantir uma vida longa, feliz e produtiva.
As recomendações gerais para adultos, conforme a Ordem dos Psicólogos, enfatizam a importância de priorizar o sono e cultivar hábitos saudáveis relacionados a ele.
Aqui estão algumas orientações fundamentais:
Priorize o sono: Reconheça o sono como uma prioridade e mantenha hábitos consistentes de sono.
Respeite horários de sono: Adultos devem dormir de 7 a 9 horas por noite, incluindo fins de semana.
Prepare o espaço de sono: O local onde dorme deve ser destinado exclusivamente ao sono, evitando outras atividades como refeições, trabalho ou uso de ecrãs.
Estabeleça uma rotina pré-sono: Adote uma rotina relaxante antes de dormir, como tomar um banho quente, ler ou ouvir música para ajudar a desacelerar.
Pratique atividades físicas: Exercícios físicos regulares, especialmente ao ar livre e durante o dia, ajudam a regular o relógio biológico e os ciclos de sono.
Evite comportamentos que prejudicam o sono: Isso inclui evitar sestas durante o dia, reduzir o uso de ecrãs uma hora antes de dormir, evitar refeições pesadas e bebidas estimulantes à noite, assim como exercícios intensos perto da hora de dormir.
Gerir a ansiedade: Evite momentos antes de dormir para reflexões profundas que possam aumentar a ansiedade. Se não conseguir dormir, levante-se e realize atividades tranquilas.
Evite o uso de medicamentos para dormir: O uso de medicamentos para dormir não é recomendado como solução para problemas de sono.
Reduza o stresse: Encontre maneiras de gerir o stresse antes de dormir, seja através de técnicas de relaxamento, meditação ou outras atividades que promovam o bem-estar.
Prepare-se para acordar: Assim como prepara o ambiente para dormir, também é importante preparar-se para acordar de maneira tranquila e relaxada.
Seguir essas recomendações pode ajudar a melhorar a qualidade do sono e promover um bem-estar geral.
Luís Rocha
(Médico especialista de Pneumologia e Medicina do Trabalho)
As quedas em altura são uma das principais causas de acidentes de trabalho mortais na Europa, principalmente no setor da Construção Civil (Comissão Europeia, 2006).
O trabalho em altura é considerado uma atividade de risco elevado e requer cuidados especiais devido aos riscos envolvidos.
A partir de que altura se considera ‘trabalho em altura’?
Não existe enquadramento legislativo que defina a altura considerada para trabalho em altura.
O Decreto-Lei nº 50/2005, de 25 de fevereiro, na secção II é tratado especificamente a respeito do uso de equipamentos de trabalho atribuídos aos trabalhos em altura. O Artigo 36º define as condições para realização dos trabalhos em altura de maneira a assegurar a segurança dos trabalhadores, bem como as condições adequadas para a realização das atividades, mas não especificando a altura que se considera trabalho em altura.
No artigo 36.º do Decreto n.º 41821, de 11 de agosto de 1958 – “Os passadiços, pranchadas e escadas aplicáveis em vãos até 2,5 m deverão ser fixados solidamente nos extremos e, a partir da altura de 2 m, terão guarda-cabeças e corrimãos (…)”– sendo que se considera que, a partir de 2 metros de altura, estabelece-se a obrigatoriedade de implementação de medidas de prevenção e/ou proteção contra a queda em altura.
Face à omissão na legislação nacional relativa à altura a partir da qual é obrigatória a implementação de medidas de prevenção e/ou proteção contra a queda em altura compreende-se para o efeito, e com referência a este artigo, que seja razoável assumir os 2 metros de altura.
A OSHA 3146 considera trabalho em altura cujo trabalho é realizado acima ou abaixo dos 6 pés (1,86m). A OSHA estabelece a necessidade de proteção a menos que os 6 pés, se houver equipamentos perigosos, entre outros perigos/riscos, assim está sempre dependente de uma avaliação de risco, tomando as medidas preventivas que se considerarem adequadas pois qualquer trabalho acima do solo deve ser avaliado, tendo em conta que é diferente para que piso ou local se cai.
E se verificarmos, a título de exemplo, se uma pessoa se encontrar num apoio ou plataforma a 1,50m e se ocorrer um desequilíbrio, pode dar-se um acidente que envolva bater com a cabeça. Por mais que a cabeça não estivesse a 1,50m, essa distância somada com a altura da pessoa daria 3.38m. Sendo que já foram registados acidentes mortais com alturas bastante inferiores à que a legislação menciona.
A ACT considera “Trabalhos temporários em altura” são todos os trabalhos realizados em altura em que o trabalhador utilize equipamentos de trabalho, tais como escadas de mão, andaimes, sistemas de acesso e de posicionamento por cordas, entre outros, por não ser possível a sua execução sem a utilização dos mesmos.
Assim, todos os trabalhos que sejam realizados a partir de 1,5m de diferença de nível em relação à base (plataforma protegida ou pavimento), podem ser considerados “trabalhos em altura”.
Os trabalhadores envolvidos neste tipo de tarefas não devem ter qualquer restrição médica para trabalhos em altura, e devem ter recebido a formação adequada para este tipo de trabalhos.
Para garantir a segurança dos trabalhadores, é importante seguir um procedimento adequado.
Exemplo de um procedimento básico para atividades perigosas como trabalhos em altura:
Avaliação de riscos: Realize uma análise detalhada dos riscos envolvidos no trabalho em altura. Identifique os possíveis perigos e tome as medidas necessárias para minimizar ou eliminar esses riscos.
Seleção de equipamentos adequados: Escolha os equipamentos adequados para o trabalho em altura, como cintos de segurança, cordas, andaimes, escadas, plataformas elevatórias etc. Verifique a qualidade e a integridade desses equipamentos antes de sua utilização.
Formação: Certifique-se de que todos os trabalhadores envolvidos tenham formação em trabalhos em altura, em segurança do trabalho e estejam cientes dos procedimentos corretos para o trabalho em altura. Isso inclui: conhecimento sobre o uso correto dos equipamentos de trabalho, conhecimento sobre o uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI), técnicas de amarração e ancoragem, comunicação adequada, técnicas de resgate e outras formas de atuar em caso de emergência.
Medidas preventivas: Adote medidas de prevenção coletiva para evitar quedas ou acidentes graves. Isso pode incluir a instalação de guardas de proteção, o uso de redes de segurança, o estabelecimento de zonas de exclusão, a sinalização adequada e a delimitação de áreas de acesso restrito.
Inspeção regular: Realize inspeções periódicas aos equipamentos e estruturas utilizados nos trabalhos em altura, incluindo à utilização eficaz dos equipamentos de proteção individual(EPI) pelos trabalhadores. Verifique se há desgaste, danos ou outras condições que possam comprometer a segurança. Substitua ou repare qualquer equipamento defeituoso imediatamente.
Planeamento e comunicação: Planeie o trabalho em altura com antecedência. Comunique de forma clara e abrangente todas as informações relacionadas à atividade, incluindo os riscos envolvidos, os procedimentos de segurança a serem seguidos, as responsabilidades de cada trabalhador, bem como o procedimento de resgate em caso de emergência.
Supervisão adequada: Designe um supervisor responsável por garantir o cumprimento dos procedimentos de segurança, monitorizar a execução do trabalho em altura e tomar ações corretivas, se necessário. Certifique-se de que o supervisor esteja adequadamente treinado e tenha conhecimento prático das regras de segurança aplicáveis.
Registos e relatórios: Mantenha registos precisos de todas as atividades realizadas em altura, incluindo a identificação dos trabalhadores envolvidos, os equipamentos utilizados, as datas e horários, bem como quaisquer incidentes ocorridos durante o trabalho. Esses registos são importantes para fins de documentação, análise de incidentes e revisão dos procedimentos de segurança.
Revisão e melhoria contínua: Realize avaliações regulares do procedimento de trabalho em altura, procurando oportunidades de melhoria contínua. Essa revisão deve envolver o feedback dos trabalhadores, bem como análises de quaisquer incidentes ocorridos. Faça as alterações necessárias no procedimento para garantir uma maior segurança.
Lembrando que este é apenas um exemplo de um procedimento básico, e é importante adaptá-lo às necessidades específicas e regulamentações de segurança do seu local de trabalho.
A Ficha Dados de Segurança (FDS) desempenha um papel crucial na proteção da saúde e segurança dos trabalhadores, bem como na preservação do meio ambiente.
A FDS é uma fonte de informação indispensável para auxiliar na manipulação segura e adequada de substâncias químicas e deve acompanhar o produto ao longo do seu ciclo de vida. Ao disponibilizar informações detalhadas sobre os perigos associados a um produto químico, esta permite que os usuários identifiquem os riscos associados à exposição do Homem e do Ambiente e tomem as precauções necessárias para minimizá-los.
ENQUADRAMENTO LEGAL
Segundo o Decreto-Lei nº82/2003, as fichas de dados de segurança devem, em especial, permitir à entidade patronal determinar se existem agentes químicos perigosos no local de trabalho e, se assim for, avaliar os riscos para a segurança e a saúde dos trabalhadores decorrentes da utilização desses agentes. Em toda a União Europeia, a obrigação de preparar fichas de dados de segurança para misturas/substâncias resulta do artigo 31º do Regulamento sobre o Registo, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos (REACH).
A FDS deve ser datada e conter as seguintes secções:
Identificação da substância/preparação e da sociedade/empresa;
Identificação dos perigos;
Composição/informação sobre os componentes;
Primeiros socorros;
Medidas de combate a incêndios;
Medidas a tomar em caso de fugas acidentais;
Manuseamento e armazenagem;
Controlo da exposição/proteção individual;
Propriedades físicas e químicas;
Estabilidade e reatividade;
Informação toxicológica;
Informação ecológica;
Considerações relativas à eliminação;
Informações relativas ao transporte;
Informação sobre regulamentação;
Outras informações.
As informações da ficha de dados de segurança devem ser apresentadas de forma clara e concisa.
A Ficha de dados de segurança (FDS) deve ser:
Fornecida gratuitamente, em papel ou por meios eletrónicos;
Fornecida o mais tardar à data do primeiro fornecimento da substância ou mistura;
Redigida em língua portuguesa;
Fornecida ao destinatário, a pedido deste, no caso de uma mistura que não cumpra os critérios para classificação como perigosa, mas que contenha substâncias com efeitos perigosos para a saúde humana ou para o ambiente, em determinadas concentrações.
Importância das FDS para os trabalhadores:
fornece aos trabalhadores informação que lhes permite tomar as medidas de segurança e de proteção da saúde e do ambiente, no manuseamento, armazenamento e eliminação do produto químico.
Importância das FDS para o empregador/empresa:
Fornece informação importante sobre fornece aos trabalhadores informação que lhes permite tomar as medidas de segurança e de proteção da saúde e do ambiente, no manuseamento, armazenamento e eliminação do produto químico, auxiliando na implementação de boas práticas de trabalho e para a prevenção dos riscos profissionais;
Analisando várias opções de produtos, aquando da sua escolha, a FDS permite optar por produtos químicos menos perigosos.
Importância das FDS para serviços de saúde:
Na ficha encontram-se as recomendações de primeiros socorros, bem como informação toxicológica importante para decisão sobre os cuidados médicos a prestar.
É responsabilidade do empregador fornecer as informações contidas na FDS num formato que permita o gerenciamento de riscos no local de trabalho específico.
Todos os trabalhadores que tenham contato físico com produtos químicos devem ter acesso às informações contidas na ficha de dados de segurança. Para substâncias perigosas, a ausência de uma FDS torna o trabalho inseguro.
A prevenção do desperdício alimentar é uma prioridade estabelecida no Plano de Acão da União Europeia para a Economia Circular adotado pela Comissão Europeia. Deste modo, os processos de conservação de alimentos desempenham um papel vital na garantia da segurança alimentar e na redução do desperdício. Assim, os principais métodos de conservação utilizados são:
CONSERVAÇÃO PELO FRIO
A congelação ou ultracongelação é um processo que permite reduzir a atividade microbiana dos alimentos, bem como a atividade enzimática, que pode causar deterioração, devendo ser mantida uma temperatura de cerca de -18ºC. A refrigeração deve ser considerada como um meio de atrasar e não de impedir a deterioração dos alimentos por bactérias e fungos. Os alimentos frescos/refrigerados devem ser conservados, no frigorífico, a temperaturas entre os 0 e 5ºC.
CONSERVAÇÃO PELO CALOR
Os processos que utilizam calor são:
Esterilização – Tratamento térmico severo aplicado a alimentos convenientemente acondicionados em embalagens herméticas, suficiente para garantir a destruição dos microrganismos de degradação. Temperatura utilizada: ≥ 100ºC. Por exemplo: Conservas;
Pasteurização – Tratamento térmico moderado que permite a destruição da maioria dos microrganismos. Temperatura utilizada: 65ºC>T < 100 ºC;
UHT (Ultra Hight Temperature) – Tratamento térmico suficiente para garantir a destruição dos microrganismos de degradação. Temperatura utilizada superior a 120 ºC. Por exemplo: Leite, sumos…
Branqueamento – É um tratamento térmico suave feito em água ou em vapor, para inativar as enzimas. É muitas vezes efetuado antes do congelamento dos alimentos. Permite a destruição da maioria da flora de superfície, através da imersão dos produtos durante alguns minutos em água próxima do seu ponto de ebulição. Por exemplo: tratamento de legumes e de certas frutas.
SALGA
É um processo que consiste na retirada de água aos alimentos. É realizada pela ação antimicrobiana do cloreto de sódio. Ex: bacalhau.
FUMAGEM
É um método de conservação que consiste na exposição dos produtos a tratar à ação do fumo. A conservação dos produtos fumados deve-se à desidratação superficial, associada ao efeito causado por substâncias resultantes da combustão incompleta de madeira tais como o aldeído fórmico, ácido acético, entre outros. Ex: enchidos.
CONSERVAÇÃO POR AGENTES QUÍMICOS
A adição de substâncias químicas aos alimentos com a intenção de os preservar está sujeita às determinações contidas na legislação. Considera-se adulterado o alimento em que foi adicionada qualquer substância química deletéria (ou ação tóxica) tornando-a prejudicial à saúde. Assim, somente algumas substâncias químicas são legalmente aceites para a conservação dos alimentos (aditivos alimentares).
CONSERVAÇÃO POR RADIAÇÃO
A radiação UV é usada na redução da contaminação superficial de alguns alimentos.
OUTROS PROCESSOS
Atmosferas controladas: modificação das características do ar com controlo contínuo durante o período de armazenagem (temperatura, humidade);
Atmosferas modificadas: modificação do ar contido na embalagem sem controlo posterior;
Embalagem em vácuo: eliminação do ar contido no interior de uma embalagem.
Estas são apenas algumas das técnicas de conservação de alimentos disponíveis. Cada método tem as suas próprias vantagens e é aplicado de acordo com o tipo de alimento e as condições de armazenamento. Ao entender e aplicar estas técnicas adequadamente, podemos preservar a qualidade dos alimentos e garantir a sua disponibilidade por mais tempo.
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