A segurança e a qualidade, apesar de estarem intimamente relacionadas, apresentam conceitos distintos. Enquanto uma mantém os consumidores seguros, a outra mantém os consumidores felizes.
Segundo o Codex Alimentarius, a Segurança Alimentar (Food Safety) refere-se à “garantia de que os alimentos não causam danos no consumidor quando preparados e/ou consumidos de acordo com o uso pretendido”. Este termo está relacionado com a ocorrência de perigos nos produtos alimentares. Por sua vez, a Qualidade Alimentar (Food Quality) está associada à distribuição de atributos que influenciam o valor de um produto para os consumidores.
Durante os anos 90, a indústria e os retalhistas, motivados pelas crises alimentares desta época, desenvolveram sistemas de gestão de segurança alimentar para identificar, avaliar e controlar perigos biológicos, químicos e físicos não intencionais e significativos para a segurança alimentar, através da metodologia de análise de perigos e controlo de pontos críticos (HACCP), que dava provas de ser eficaz contra as contaminações acidentais.
Contudo, a globalização e a exigência dos mercados e dos consumidores começaram a impor às organizações a adoção de sistemas mais consistentes e eficazes para fazer face às necessidades atuais, no que diz respeito à qualidade e segurança alimentar. Assim, em 2000 foi criada a Global Food Safety Initiative (GFSI), que surgiu como uma iniciativa com a seguinte visão – produtos seguros, em todo o lado – e que junta representantes do retalho, indústria, organizações internacionais governamentais e serviços. Com esta finalidade, são atualmente reconhecidos programas de certificação de segurança alimentar, que acompanham toda a cadeia de abastecimento de alimentos, do prado ao prato, entre os quais:
- BRC Food edição 8
- FSSC 22000 versão 5.1
- Global G.A.P v 1.2
- IFS Food versão 7
Apesar da ISO 22000:2018 não ser reconhecida pela GFSI, a mesma (assim como os restantes referenciais da qualidade) permite às organizações o fornecimento de produtos e serviços alimentares seguros, ajuda os produtos a atravessar fronteiras e aumenta a satisfação e confiança dos seus clientes.
Em suma, os Sistemas de Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar apresentam diversas funções, desde a gestão documental até ao controlo de processos. No entanto, o principal objetivo destes sistemas é englobar um conjunto de atividades que garantam o desenvolvimento e a comercialização de alimentos, de acordo com os requisitos de qualidade e segurança impostos pela legislação, pelos clientes e pelos consumidores.
O controlo da qualidade não deve ser opcional, nem exclusivo das grandes empresas. O mesmo deverá ser fundamental na proteção dos clientes e consumidores contra possíveis problemas e fraudes, e na garantia do cumprimento de normas legais.
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